DO G1: Grupo de quilombolas confecciona fardamentos para a Rede Hospitalar de Ingá, no Agreste paraibano


Um grupo de alunas, moradoras do Quilombo Pedra D’água, na zona rural do município de Ingá, no Agreste da Paraíba, está confeccionando uniformes para a Rede Hospitalar da cidade. Por meio de uma ação conjunta, essas mulheres estão produzindo, além dos fardamentos da equipe de saúde do município, todo o conjunto de roupas e outros materiais que serão utilizados na Unidade de Pronto Atendimento. Desde o início da produção, já foram feitas cerca de 200 peças, entre cobreleitos e cobertas.


Esse trabalho está sendo feito no Centro de Inovação e Tecnologia Industrial (CITI) em Campina Grande, onde o grupo está sendo capacitado a partir de um curso de costura industrial oferecido em parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial da Paraíba, o Instituto Alpargatas e a Prefeitura Municipal de Ingá.


Uma das alunas, Maria da Penha Gonçalves da Silva, afirmou que o curso tem sido essencial no seu desenvolvimento profissional e que “tem proporcionado um conhecimento fundamental para a nossa profissionalização. Tanto que já estamos concluindo a confecção dos lençóis para a UPA, e já vamos iniciar a confecção de batas hospitalares. Tudo o que aprendemos foi aqui nas aulas do curso de modelagem de vestuário e agora no curso de costureiro de máquinas industriais”, concluiu.


Toda a matéria-prima para a produção é fornecida pela prefeitura da cidade, que disponibiliza, além disso, o transporte das alunas toda semana.




Comunidade Quilombola Pedra D’Água




Distante 95 km da capital João Pessoa, a comunidade rural de Pedra D’Água originou no século XIX, posterior ao movimento Quebra Quilos, revolta ocorrida no Nordeste brasileiro, entre fins de 1874 e meados de 1875, contra a implantação de um novo sistema métrico.


A área de aproximadamente 132,4 hectares é um local de terrenos íngremes, onde vivem 101 famílias remanescentes de quilombolas (358 habitantes). Estes vivem basicamente da agricultura, sobretudo, do cultivo de mandioca, fava, milho e feijão, proporcionado por técnicas ainda rudimentares e a criação de gado e galinhas.


Algumas atividades são realizadas de forma coletiva, como é o caso da produção de derivados da mandioca na casa de farinha. Outra alternativa de gerar renda encontrada pela comunidade foi o artesanato com a produção do bordado labirinto e a fabricação de utensílios de cerâmica, como potes, vasos e panelas.
CONTEÚDO DE RESPONSABILIDADE DO ANUNCIANTE

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