As fortes dores causadas pela chikungunya, principalmente nas
articulações, podem afetar por até três anos quem contraiu a doença,
alertou nesta segunda-feira (30) o médico Felipe Gurgel ao ser
entrevistado pelo Bom Dia, Paraíba, da TV Cabo Branco. Clínico geral em
João Pessoa, ele explicou que passada a fase mais aguda da febre os
sintomas tendem a reaparecer periodicamente, embora com menor
intensidade.
Durante a entrevista, o médico explicou também que, diferentemente do
que ocorre com a chikungunya, nas pessoas infectados pelo vírus zika
(outro mal que se alastra a partir do contato humano com o Aedes
aegypti, o mosquito transmissor da dengue) são bem mais leves os
sintomas (dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações,
manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos, entre
outros).
Ambas as doenças podem ser tratadas com analgésicos (desde que não
contenham o ASS, o ácido acetilsalicílico, que pode causar hemorragia).
Eventualmente, é preciso tomar algum antiinflamatório (mais empregado
contra a chikungunya). Mas os pacientes só devem tomar esse ou aquele
remédio se prescrito por um médico, devendo evitar a todo custo e a
qualquer momento a automedicação, que pode muito bem agravar ou criar
outros problemas de saúde, em vez de resolvê-los.
Durante o programa, reportagem da emissora de tevê mostrou que a
chikungunya adoeceu praticamente todos os moradores de uma rua em
Jaguaribe, na Capital, onde a febre se propagou na última semana de
forma alarmante, conforme informou desde a sexta-feira (27) o corredor
de seguros Newton César, morador de João Pessoa. Naquele dia, em contato
com este portal, ele disse que na quinta (26) a chikungunya estava
presente em quase todas as residências da Avenida 1º de Maio.
“A peste chegou com força em João Pessoa. Além de atingir quase todo
mundo em Jaguaribe, mais ainda na 1º de Maio, ontem a UPA Oceania
(Manaíra) estava lotada de gente com chikungunya”, relatou Newton, que
trabalha junto a profissionais de saúde em todo o Estado e há meses vem
advertindo as autoridades para a expansão da mais dolorida das
‘variantes’ da dengue, principalmente no interior.
“A Paraíba chora lágrimas de sangue com o alastramento da chikungunya. O
povo mais pobre está nas portas das Upas, hospitais e PSFs. Mas a
população está sofrendo com o abandono e desrespeito das autoridades.
Existem cidades que não têm um analgésico sequer para aliviar a dor de
quem contraiu a febre”, denuncia, acrescentando que não vê qualquer ação
efetiva do poder público para a prevenção ou combate à dengue, zika e
chikungunya.
Comentários
Postar um comentário